Pretendo com esta postagem fazer uma pequena mostra das minhas percepções sobre a disciplina TAELP, o conteúdo abordado e o processo de avaliação que temos vivido desde o início do curso.
Em primeiro lugar gostaria de destacar que a minha avaliação não condiz necessariamente com a posição da turma como um todo, mas é apenas o modo como tenho lidado com a evolução da disciplina ao longo dessa primeira fase do curso.
Um dos pontos que gostaria de destacar são os conteúdos apresentados até o momento.
Tanto nos textos como em sala de aula foram discutidos temas importantes para a questão da aprendizagem de nossa língua mãe, o português. Dentre os temas discutidos cabe destacar a necessidade de contextualização da leitura e da escrita para promoção de uma aprendizagem significativa para o educando. Da mesma forma, existe a necessidade de se aproveitar a bagagem que este mesmo aluno já traz de suas vivências em sociedade . Sobre isso, o profissional da educação que trabalha com o ensino deve ficar atento a essas especificidades e, mais do que isso dar voz ao seu aluno, fazendo uma ponte entre as vivências externas a escola com os conhecimentos científicos propostos pela educação escolar, respondendo aos anseios da classe que se apresentam no cotidiano escolar. Outro ponto que ao meu ver merece destaque com relação ao que foi proposto em sala de aula e discutido foi a utilização de diversos tipos de gêneros textuais no sentido de ampliar os conhecimentos do aluno com relação ao que cada tipo de texto e fazer com que perceba a estreita ligação entre o tipo de formatação com o que se propõe a comunicar.
Ainda com relação a essa temática quero ressaltar, entretanto, que como vivemos um momento de transformação em nosso curso e já tínhamos perpassado por duas disciplinas de Língua Portuguesa, percebo que muito dos itens selecionados para esta disciplina até agora já havia sido dado a nós, não só pela professora das outras duas disciplinas, mas na faculdade como um todo. Temas como a criança em contato com o cotidiano, trabalhando com o lúdico, e a atenção do professor as especificidades de cada educando são temas já explorados em muitos momentos durante o nosso curso. Entretanto, cabe destacar aqui que este sentimento de repetição pode ter sido desenvolvido através da expectativa que criei com relação a disciplina no sentido de oferecer mais conteúdos relacionados a alfabetização em si, seus percalços e os teóricos relacionados mais especificamente com esta área, e que pode também ser um conteúdo que ainda será abordado.
Outro ponto que gostaria de destacar é o modo de avaliação que foi abordado. Acredito realmente que existe em todos os níveis da educação a necessidade de uma avaliação formativa e participativa, que inclua o educando no processo de aquisição do saber, e que não apenas transforme-o num “marionete” trabalhando com processos miméticos de apreensão do conhecimento, processos estes, como muito já vimos, ineficazes. Entretanto, o meio utilizado e a forma como vem sendo utilizado para que esta avaliação seja desenvolvida é, a meu ver, um ponto negativo desta disciplina.
O Blog é uma ferramenta da Internet pouco utilizada e, por isso, pouco difundida. Desta forma, exige a necessidade de ser aprendida em sua totalidade por todos os alunos (pelas “conversas de corredor” que andei tendo, quase nenhum aluno teve um contato prévio com esta ferramenta).
Desta forma, além de a disciplina nos exigir um desprendimento de tempo para nos dedicarmos aos trabalhos pedidos em sala de aula (que aconteceram em quase todas as aulas), ainda precisamos nos dedicar a aprendizagem das ferramentas e artifícios necessários a elaboração do portifólio eletrônico, que vai além das ferramentas de utilização, mas diz respeitos a fotografias, vídeos, animações e outros apetrechos que vão além do conteúdo da disciplina. Desta forma, tenho percebido que o enfoque da matéria está indo dos conteúdos a serem abordados para o ensino de língua portuguesa para a aprendizagem de um tipo de ferramenta de Internet.
Ora, visto que a maioria da turma se encontra no oitavo, nono ou (*pasmem*) décimo período, percebo que muitas vezes nos parece um tempo dispensado a um conhecimento secundário, tempo este que poderia, e em nosso caso me dou o direito de dizer deveria, estar sendo dispensado a outros trabalhos indispensáveis, como a monografia e o estágio obrigatório.
Além disso, tive a percepção, no inicio das aulas, que este trabalho seria pensado de forma coletiva e que todos teríamos voz para discutir a estruturação do mesmo. Mas o que temos visto é um trabalho obrigatório e imposto, e uma quantidade de postagens superior a que tínhamos imaginado.
Em suma, um trabalho que nos pareceu interessante no início do período está sendo um fardo pesado de carregar. Da mesma forma que já ouvimos e discutimos incansavelmente ao longo desses cinco anos que a realidade e as especificidades do aluno devem servir de parâmetro para a formulação de um planejamento voltado para a aprendizagem, penso que as aulas devem ser adequadas para nossa situação de concluintes de um curso de pedagogia, e ainda mais aos migrados. Da mesma forma, um dialogo mais aberto no que diz respeito a construção desta avaliação, onde possamos ser participativos neste processo seria de grande valia para formarmos um grupo democrático, no sentido mais específico da palavra. Acredito também que seria mais produtivo se o foco da disciplina fosse tirado das postagens para os conteúdos em si, seja com a diminuição das postagens ou avaliação continua utilizando outras ferramentas.
Não gostaria que o professor, ao ler esta postagem, levasse meus comentários como uma afronta, mas como uma crítica construtiva ao trabalho que temos feito com vistas a uma melhor adequação para todos.
Um grande abraço a todos.
TAELP 1 - 2015.1 Aulas 4 e 5
Há 9 anos