Placa Comemorativa da pedra fundamental do Pedagogium, destinada ao Dr. Benjamin Constant

Placa Comemorativa da pedra fundamental do Pedagogium, destinada ao Dr. Benjamin Constant
Com licença para mais uma das minhas apropriações, está placa também inalgurará meu Blog. hehehehehe. Detalhe interessante: O pedagogium abrigou em uma de suas salas os primeiros eventos da Academia Brasileira de Letras.

segunda-feira, 29 de junho de 2009

Alfabetização Significativa


As aulas dos dias 26/05 e 02/06 foram baseadas no texto “Contexto de Alfabetização na Aula” de Ana Teberosky e Núbia Ribeiro, que já se inicia trazendo uma mensagem pontual que reformula, em sua grande maioria, as representações feitas sobre a alfabetização. Esta, segundo as autoras, não se dá assim que a criança começa a alfabetização, mas anteriormente a esta.
De acordo com os debates feitos em sala ficou claro que mundo em que estamos inseridos está a todo o momento apresentando estímulos escritos, sejam eles jornais, livros, cartas, receitas, que fazem com que a criança, de uma certa forma, já entre na escola familiarizada com os códigos escritos. Esse movimento que as autoras chamam de “noção intuitiva” não pode ser descartada, mas ao contrário, deve se trabalhar sobre estas noções.
Ao vivenciarmos o cotidiano de algumas crianças em fase de alfabetização percebemos que a maioria faz distinção entre o que são letras e palavras dos números ou fotografias. Um exemplo vivido foi o de um aluno meu que disse rapidamente quando perguntei o que era o alfabeto: “são as letras, mas os números não são letras”. Percebe-se que ele sabe exatamente distinguir as letras e os demais códigos, sejam eles pictóricos ou numéricos, mesmo que não saiba decodificar ainda todas as palavras escritas.
As autoras ressaltam também que, além das formas escritas, as crianças recebem informações de fontes variadas, sejam elas com a interação entre eles mesmos, ou na interação com o adulto, tomando-o, muitas vezes, como referência da aprendizagem. Nós, enquanto professores, percebemos em muitos momentos como a nossa presença enquanto adultos influenciam as crianças e, de certa forma, necessitamos criar o hábito de influenciá-las de forma positiva. Outra fonte importante é a família, e, nesse sentido, fica claro que a situação social e as características particulares da mesma vão influenciar diretamente na bagagem cultural e nos hábitos que cada criança traz consigo. Isso não significa, segundo a vertente construtivista levantada pelo texto, que estas crianças são inaptas a serem alfabetizadas, ao contrario, tem as mesmas possibilidades que as demais, bastando serem estimulados satisfatoriamente.
É válido refletirmos que a aprendizagem que pressupomos é uma aprendizagem concreta, interiorizada e significativa, e não uma aprendizagem mimética. Então, ao nos reportarmos ao texto, percebemos que esta aprendizagem pode ser acontecer utilizando-se de vários métodos diferentes. Na realidade, o que cabe ao professor é proporcionar um ambiente alfabetizador, instigando o aluno a aprender, sendo, desta forma, o mediador entre o educando e a aprendizagem: aquele que propõe que a própria criança adquira seu conhecimento, instigando-a, provocando-a, e não dando as respostas prontas.
Desta forma o uso de diversas formas de literatura, como já foi mencionado neste blog, é de extrema importância para alcançarmos nossos objetivos. Diferentes tipos de textos e sua funcionalidade, trabalhar a oralidade ligada aos textos escritos, associar atividades a funcionalidade do texto são alguns tipos de exercícios com estes objetivos. A leitura, em muitos aspectos, deve ser dialógica, uma leitura que envolva o diálogo e promova a troca de idéias entre os participantes da atividade.
As atividades de leitura feita por adultos em voz alta, por exemplo, servem também para a ampliação do vocabulário da criança, quando as mesmas identificam uma palavra que não pertence ao seu uso, elaborando o exercício da sinonímia, que é a substituição da palavra por uma outra de mesmo significado, fazendo com que compreendam melhor os textos que se seguirão.
Seguindo-se a esses exercícios, percebemos que a escrita deve ser concreta visual, precisando de uma “superfície material” (p. 60) para acontecer. Uma das formas de aprimorar a escrita é fazer com que a criança escreva textos lidos em voz alta, que apresentando aos alunos os modelos de escrita e seus aspectos gráficos, fazendo com que aprendam a resolver problemas de escrita, com o auxílio do professor.
Elaborar cartas e bilhetes, que é um tipo de texto funcional, também ajuda na estimulação para a escrita e mostra como a escrita é importante para a vida em sociedade. A escrita autônoma auxilia a criança a elaborar seu próprio sistema de raciocínio da escrita. Se for dada em pequenos grupos, esta auxilia na questão da troca de informações, o que é de grande importância para aquelas crianças que ainda estão aprimorando a escrita.
Como ressaltado em sala de aula, existe hoje uma alienação pela das crianças no que concerne a leitura e um dos meios de alienação é a televisão, que propõe estímulos visuais e auditivos e não requer esforço para a recepção de informações. Uma barreira a se romper é fazer com que a prática de leitura e escrita se tornem prazerosas da mesma forma e ganhe o interesse das crianças.
Desta forma, está caracterizada que o ensino da leitura e da escrita se encontra dentro e fora da escola e que devemos, como as autoras explicitam, considerar a “alfabetização como um contínuo” um processo amplo e que, por esse mesmo motivo, nos dá bases para ampliarmos ainda mais a nossa prática.

Um comentário:

  1. A reflexão é pertinente. Porém, poderia ter colocado, de forma mais explícita, quais são os diversos contextos apontados pelas autoras.

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